2005/06/13

Os olhos

Diz-se que não mentem. Mas talvez não seja sempre verdade. Até isso se aprende. A mentir com os olhos.

Gostava de os ter visto. Apenas pela certeza de que eram reais. Porque às vezes imaginava que conversava consigo próprio, através de um mecanismo qualquer que lhe devolvia no monitor aquilo que queria ler.

Nada é perfeito neste mundo, a bem da nossa existência. Aqueles olhos seriam apenas o espelho da sua realidade, mesmo que imperfeita.

A troca de mensagens representa apenas um pequeno mundo dentro da atmosfera própria em que nos movemmos. Por muito perfeita que pareça, esconde, ou escurece, todo um conjunto de outras existências, que nunca desaparecerão de um momento para o outro.

Os olhos representariam, provavelmente, o final do capítulo. E nunca ninguém duvidou disso.