2007/09/13

Não precisamos disto!

Mais uma cena lamentável proveniente do mundo irreal de onde nos habituamos a espremer o histérico orgulho nacional. Todo o trabalho meticulosamente e esforçadamente construído ao longo de meses e anos, em intervenções políticas em igualdade de circunstâncias com os nossos pares europeus, em contributos científicos e culturais, em demonstrações de elevados padrões tecnológicos, deitado por terra em questão de segundos por gente mal-formada e mal-educada que ganha prestígio à custa da facilidade das conquistas rápidas.

Não precisamos disto! Não precisamos do senhor orgulhoso, mal-educado e míope por teimosia que nos faz o favor de aceitar um ordenado escandaloso embora tenha recebido convites de toda a galáxia. Não precisamos da segunda escolha dos contemplados pelo toque de Midas, que não foram capazes de se impor no seu Olimpo e nem sequer trabalham no país de acolhimento. Não precisamos, sobretudo, de uma classe que se diz dirigente, onde os seus mais altos representantes continuam a pautar-se pelo obscurantismo, pela incompetência e por ligações da maior falta de transparência.

Esta gente não nos faz falta! Muito menos numa altura em que, mais uma vez, nos cabe o papel de provar inequivocamente que somos capazes de desempenhar um trabalho de investigação criminal ao nível dos famosos senhores sujeitos da literatura policial de referência.

Quantos de nós trabalham no anonimato para demonstrar, sem que nada nos seja pedido, que há muita gente neste país muito melhor formada do que outros que vivem nos países dos Gês e afins. No fundo, para demonstrar que somos um país normal, com gente que faz recolha selectiva de lixo e outra que não o faz.

Precisamos, sim, de todos os imigrantes que nos ajudem a progredir como povo, assim como muitos de nós ajudaram outros. Do que não precisamos é de imigrantes que se sirvam de nós e se estejam borrifando para os seus actos. Nem de um bando de fantoches incapazes de reagir à má educação.

P.S. Tentar negar aquilo que está à vista de toda a gente é feio. Além de que é mentir.