2007/05/17

Meme

A nossa vizinha construtora dos mais imaginativos momentos de intimidade a dois desafiou-me, já há dias, para deixar aqui o meu “meme”. Sim, aquela coisa do legado cultural, experiência de vida ou quem não ficar satisfeito com isto que escreva a palavra no motor de busca e veja a definição wikicoisa.

Para além do facto de que anda tudo doido e o meu tempo para escritas não técnicas, ou não necessariamente técnicas, estar a secar como uma esponja no deserto, se calhar tem a ver com aquela desgastada palavra que só deixa de ser usada quando a dita já passou, a tal da retoma, a demora neste postal deve-se a querer escrever mais alguma coisa além das duas frases que referirei, também já mais lavadas do que os jeans com o azul de que a gente gosta. Infelizmente não tenho a imaginação suficiente para traduzir os meus “memes” em linguagem matemática, ou até simplesmente gráfica, mas cada um é para o que nasce e para aquilo em que pode despender o tempo de que dispõe.

Tudo isto para preparar uma das enormidades que, felizmente, vou dizendo cada vez com menos frequência. Mas hoje vai sair uma, que é, toda a educação que dou aos meus filhos é um “meme” constante. Às vezes não é grande “meme”, quando não sou capaz de manter aquela postura de “o pai tem sempre tudo sob controlo e não precisa de se zangar nem de levantar a voz”, ou, dito de uma forma mais prosaica porque os miúdos não vão ler isto, quando o pai não sabe o que fazer ou dizer e se comporta como um puto adolescente. Para quem me vai conhecendo não é novidade, eu faço parte de um grupo não organizado que se caracteriza por ser ateu com um cariz fortemente cristão. Já o era antes de o ouvir da boca do Professor Machado Vaz. Tem este grupo, e isto sou eu quem o diz, a vantagem de não estar obrigado a confessar os seus pecados, pese embora se sinta desconfortável quando se deixa escorregar.

Posto isto cá vão dois lugares-comuns a que atribuo muita importância. O primeiro comprei como um ditado chinês: “Tem cuidado com aquilo que queres pois pode tornar-se realidade”. Ainda recentemente eu queria andar a escorregar de bicicleta em cima das pedras do monte. Agora já não vou ao monte há três meses, embora tenha voltado a andar de bicicleta. O segundo é algo que pratico em mim próprio com intensidade crescente, mas que ainda tenho que intensificar: “Devagar, que tenho pressa”. Ainda ontem, a caminho de casa, escolhi a saída errada de uma rotunda. A tentação foi a de seguir em frente, para não perder tempo, mesmo tendo de percorrer mais alguns quilómetros. Preferi parar e fazer inversão de marcha. Mas custou-me imenso.

4 Comments:

At 3:19 da tarde, Anonymous Anónimo said...

O 1º, também tenho bastante cuidado com ele
já o 2º, irá ser dificil conseguir, alguma vez, pôr em prática.

 
At 6:38 da tarde, Blogger Ness Xpress said...

Marta, há uma grande dose de relatividade no segundo. Se eu for a 50 à hora, 30 é andar devagar. Mas se se for a 180, 150 é que é devagar. Tal como disse no texto, eu próprio tenho grande dificuldade em desacelerar. Mesmo que ande devagar.

 
At 9:45 da manhã, Blogger Maria Arvore said...

Primeiro, gostaria que não me fizesses corar com elogios que eu tenho uma imagem de durona a mantaer. ;)) É que isto de construir a intimidade em público implica tomates. ;))

É que como tu não resisto a ser "ateia com um cariz fortemente cristão" e tenho de amar os outros conforme os meus pais me amaram.;))

E os teus "meme" são avisados na relatividade que existe em tudo. :) Essa pressa de viver, vivendo cada momento, realiza mesmo. ;)

 
At 9:27 da manhã, Blogger Ness Xpress said...

Maria, a grande pica que me resta é fazer corar as duronas ;)

 

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