“Não me fulmine com o olhar!”
A bem dizer, doía-me. Primeiro ela coloca uma almofada de líquido anti-congelante (“gelo”) no cotovelo durante 20 minutos. Depois agarra-me no braço e começa a forçar a fechar e a abrir, assim, a frio. Mas, que diabo, aquilo era uma sala cheia de gente e um homem não diz “ai”. Pensando bem, no dia anterior eu tinha mesmo dito “ai”. Vai daí, ela, com aqueles olhos verdes com pintinhas castanhas, que ficam muito verdes e com as pintinhas castanhas muito castanhas nestes dias de sol luminoso, disse: “Ainda agora comecei e já está a dizer ai?”
Então, no dia seguinte, não abri a boca. Isto é, ela já me tinha perguntado qual era o meu passatempo favorito. E isso é pergunta potencialmente fatal. Já tinha começado a verter sol, estrada, montes e vales e acredito que os meus olhos cor de mel, que passam a azeitona quando o sol está muito brilhante – e não são, naturalmente, palavras minhas – os meus olhos, dizia, já se estariam a espraiar nas margens daqueles lagos verdes de águas calmas, que começava a imaginar revoltosas se agitadas por tempestade inesperada.
Ou então é apenas esta mente tortuosa, que teima em ver nas palavras segundos sentidos que nunca tiveram.
Então, no dia seguinte, não abri a boca. Isto é, ela já me tinha perguntado qual era o meu passatempo favorito. E isso é pergunta potencialmente fatal. Já tinha começado a verter sol, estrada, montes e vales e acredito que os meus olhos cor de mel, que passam a azeitona quando o sol está muito brilhante – e não são, naturalmente, palavras minhas – os meus olhos, dizia, já se estariam a espraiar nas margens daqueles lagos verdes de águas calmas, que começava a imaginar revoltosas se agitadas por tempestade inesperada.
Ou então é apenas esta mente tortuosa, que teima em ver nas palavras segundos sentidos que nunca tiveram.
11 Comments:
os olhos verdes que falam com a boca calada e um sorriso nos labios ...;)
Ai a mente é um orgão fantástico! :)
Também perguntar isso a um homem...
Olhos de mel que passam a azeitona?
Não largues a mulher que te disse isso.
psique, não me digas que tens olhos verdes... :)
Pseudo, por vezes necessita de ser desacelerada... A não ser que leve um empurrão :D
Marta, ai não largo, não!
Quase me apetecia transcrever para aqui aquele música do Franciso José :-)
Muito gostas tu de música portuguesa, Robina!
(Castanhos, então...)
ha pois são... iguais aos da fisoterapeuta...;)
Ai o azeite a vir ao de cima... :)
Mas ainda bem que trazemos incorporado um mecanismo anti-dor, não é?;)
Ai, Psique, tu não me digas: Mariana? ;)
Maria, tu bem sabes quantas vezes a dor se transforma no melhor dos sentimentos ;)
Claro...leais ;-)
Há quanto tempo!!!!!!
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