2009/03/04

Epílogo ainda menos surrealista

Mergulhou a cabeça debaixo da torneira. “Ou não aprendem, ou são tão sabidas que vêm cá porque sabem o que as espera”, o seu pensamento continuava a vaguear palos momentos que tinha passado. “Mal lhe passei as pernas para cima dos meus ombros, sentado na cagadeira, começou a arfar como uma louca. Meti-lhe a língua dentro e começou logo aos saltos, as costas a bater contra a parede. A ajuda do indicador foi só para que revirasse logo os olhos. Mas não ficou atrás, depois de recuperar quase que mo tragava até ao esófago! Nunca estive tão perto do famoso título do filme!”


Tinha sido o primeiro assalto. Beberam mais um whisky cada um, a inglesa fê-lo sentar-se num sofá baixo na zona mais escura e sentou-se de perna abertas no colo dele, frente-a-frente. Agarrou-lhe na mão e saíram para o carro dele, enquanto Julia lançava a mão à ruiva, depois de um olhar desesperado desta para não ficar só. A banheira que usava como transporte de trabalho era ideal para brincadeiras no banco de trás, para onde entraram os três. Percebendo a intenção, Carlos testou as mamas de Allison enquanto voltava a sentir Julia completamente encharcada. “Come on, put this on”, disse-lhe, estendendo-lhe o latex. Era já Allison quem o ajudava a baixar as calças e, com perícia, estendia o preservativo, não sem antes avaliar com a língua a textura do que ajudara a libertar do aperto desconfortável. Julia não estava disposta a perder a iniciativa e saltou para cima dele, afundando-se com avidez e mexendo-se descontroladamente. Carlos lambia os mamilos que a ruiva lhe oferecia e recebeu-a assim que a morena lhe libertou o espaço. Excitada pelos suspiros de Julia, não tardou que se contorcesse por sua vez, mesmo a tempo de se recomporem para a interpelação previsível com os uniformes que saiam do carro de luzes azuis, que certamente os observava ao longe. Carlos não estava em condições de conduzir, pelo que agarrou no telefone e chamou um táxi. Foram para o hotel onde se hospedavam as estrangeiras, local de onde saiu passadas duas horas, exausto, com mais meia garrafa de água das pedras da Escócia no estômago e de novo conduzido para o seu hotel.


Na manhã seguinte, dois cafés e um banho de água tépida depois de acordar, utilizou com sucesso toda a sua capacidade de impressionar com recurso a dados técnicos de projectos passados, camuflando o pouco conhecimento do projecto que apresentava.


“Tenho que me deixar desta merda”, pensava a caminho de Albufeira.

4 Comments:

At 11:15 da tarde, Blogger Maria Arvore said...

O Carlinhos não devia abandonar aquilo que torna tanta gente feliz. No mínimo, não é cristão. ;)

 
At 4:08 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Maria, queres ver que é a camuflagem do cristianismo a responsável por este lusitano desígnio da prioridade aos prazeres, os da alma, da carne ou simplemente da gula, que no fim há-de sempre dar tudo certo? ;)

 
At 1:25 da tarde, Blogger Erecteu said...

Um número destes no carro é de grande artista, o gajo nã se pode reformar assim.

 
At 9:58 da tarde, Blogger Ness Xpress said...

Erecteu, estes gajos são como aqueles políticos que se candidatam sempre pela última vez.

 

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