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Ao jantar nova constatação da realidade gastronómica deste grande burgo: come-se habitualmente mal e muito caro. As tiras de choco pareciam pedaços de queijo de tasca da aldeia e eram duras como suspeito sejam as armações dos bovinos, as batatas de saco industrial estavam carregadas de sal. Para compensar pedi cheesecake de sobremesa, que costuma ser aceitável por estas paragens. Entretanto senta-se um rapaz bem cheiroso na mesa ao lado, precisamente do lado de onde vinha o vento. A propósito, lá se foi o mito da terra mais quente onde todas as noites de Verão são para jantar na esplanada. Voltando ao vizinho, o aroma era doce demais para não ser enjoativo, de tal forma que não sei se foi esse ou o do cigarro que, entretanto, retirou da cigarreira e acendeu, que mais contribuiu para que tragasse a sobremesa quase sem respirar, constatando com satisfação, ao menos essa, que o pulmão da piscina ainda cá está. Mais dois pormenores relativos à personagem do lado, a bolsa à tira-colo e a fita para pendurar ao pescoço no telemóvel. Cada um é como se sente bem mas confesso que ainda terei muito caminho a percorrer caso venha a sentir na pele este tipo de bem-estar.
Por último um pensamento do fim-de-semana. Ainda não perdi a esperança de dar uma volta ao país de bicicleta, levando comigo a bagagem necessária. Não são assim tão poucos aqueles que assim passam à porta de casa.