2007/05/29

E vai rasgar as camisolas aos adversários?

Depois de ter ficado a apenas dois pontos do primeiro lugar, entre outras meritórias participações nas restantes competições, o clube do galo dos flocos de milho assegurou já um importante reforço para a próxima temporada.

Fontes geralmente bem imaginativas asseguraram nos últimos minutos que estão prestes a ser anunciadas outras importantes contratações: com este defesa central, este médio distribuidor e este rápido ponta de lança tudo parece bem encaminhado para que as faixas de campeão normalmente encomendadas na pré-época possam ser usadas na altura devida.

Bem capaz disso era ele

Andam por aí a contar umas histórias sobre um fulano que pode juntar as águas e fazê-las fluir em gigantescos caudais e reunir os ventos e torná-los em espirais de forças gigantescas que levantam casas. Chamam-lhe o Aquecimento Global.

Ó pá, tu queres ver... Se o gajo é assim tão poderoso... Será que foi ele que nos levou a nossa querida Primavera?

2007/05/21

Fiquei estarrecido!

Então não é que a Benedita agora conduz a mais magnífica pérola que a indústria automóvel já produziu?

Por acaso alguém saberá onde a poderei ancontrar para trocar umas impressões sobre as sensações inigualáveis de curvar com a nítida impressão de que se vai cair no banco do lado?

Será que ela sabe que é possível ficar com o carro trancado, a trabalhar, depois de sair para comprar água? Será que ela sabe rebater o banco do lado direito? Será que ela conhece a ligação entre ambas as situações?

Ai que eu fico com o olhar no infinito levantado a 45º quando vejo tanta beleza... automóvel!

2007/05/17

Meme

A nossa vizinha construtora dos mais imaginativos momentos de intimidade a dois desafiou-me, já há dias, para deixar aqui o meu “meme”. Sim, aquela coisa do legado cultural, experiência de vida ou quem não ficar satisfeito com isto que escreva a palavra no motor de busca e veja a definição wikicoisa.

Para além do facto de que anda tudo doido e o meu tempo para escritas não técnicas, ou não necessariamente técnicas, estar a secar como uma esponja no deserto, se calhar tem a ver com aquela desgastada palavra que só deixa de ser usada quando a dita já passou, a tal da retoma, a demora neste postal deve-se a querer escrever mais alguma coisa além das duas frases que referirei, também já mais lavadas do que os jeans com o azul de que a gente gosta. Infelizmente não tenho a imaginação suficiente para traduzir os meus “memes” em linguagem matemática, ou até simplesmente gráfica, mas cada um é para o que nasce e para aquilo em que pode despender o tempo de que dispõe.

Tudo isto para preparar uma das enormidades que, felizmente, vou dizendo cada vez com menos frequência. Mas hoje vai sair uma, que é, toda a educação que dou aos meus filhos é um “meme” constante. Às vezes não é grande “meme”, quando não sou capaz de manter aquela postura de “o pai tem sempre tudo sob controlo e não precisa de se zangar nem de levantar a voz”, ou, dito de uma forma mais prosaica porque os miúdos não vão ler isto, quando o pai não sabe o que fazer ou dizer e se comporta como um puto adolescente. Para quem me vai conhecendo não é novidade, eu faço parte de um grupo não organizado que se caracteriza por ser ateu com um cariz fortemente cristão. Já o era antes de o ouvir da boca do Professor Machado Vaz. Tem este grupo, e isto sou eu quem o diz, a vantagem de não estar obrigado a confessar os seus pecados, pese embora se sinta desconfortável quando se deixa escorregar.

Posto isto cá vão dois lugares-comuns a que atribuo muita importância. O primeiro comprei como um ditado chinês: “Tem cuidado com aquilo que queres pois pode tornar-se realidade”. Ainda recentemente eu queria andar a escorregar de bicicleta em cima das pedras do monte. Agora já não vou ao monte há três meses, embora tenha voltado a andar de bicicleta. O segundo é algo que pratico em mim próprio com intensidade crescente, mas que ainda tenho que intensificar: “Devagar, que tenho pressa”. Ainda ontem, a caminho de casa, escolhi a saída errada de uma rotunda. A tentação foi a de seguir em frente, para não perder tempo, mesmo tendo de percorrer mais alguns quilómetros. Preferi parar e fazer inversão de marcha. Mas custou-me imenso.

2007/05/10

Se eu fosse

Chegou a minha vez de responder a mais uma corrente. Desta vez a do "Se eu fosse", tendo sido contemplado pela Psique.

As minhas respostas são as seguintes:

Se eu fosse...

Se eu fosse uma hora do dia, seria ...a primeira da manhã
Se eu fosse um astro, seria... um cometa
Se eu fosse uma direcção, seria...a da próxima curva
Se eu fosse um móvel, seria ... a mesa do jantar
Se eu fosse um liquido, seria... água (é repetido, mas não tenho outro)
Se eu fosse um pecado, seria ...a luxúria (também é repetido...)
Se eu fosse uma pedra, seria ... um grande calhau de granito azul
Se eu fosse uma árvore, seria ...um carvalho
Se eu fosse uma fruta, seria ... um morango
Se eu fosse uma flor, seria ... um nenúfar
Se eu fosse um clima, seria ... temperado hímido
Se eu fosse um instrumento musical, seria ... um violino
Se eu fosse um elemento, seria ...fogo (seria, e sou)
Se eu fosse uma cor, seria ... verde
Se eu fosse um animal, seria ...uma andorinha
Se eu fosse um som, seria ... o da flauta de Pã
Se eu fosse música, seria ... “I did it my way”, do velho Frankie
Se eu fosse estilo musical, seria... classic rock, a fugir para o psicadélico
Se eu fosse um sentimento, seria ... nostalgia
Se eu fosse um livro, seria ...”O fio da navalha”, de Somerset Maugham
Se eu fosse uma comida, seria ... melão a desfazer-se de doce com presunto Pata Negra
Se eu fosse um lugar, seria ... a serra do Gerês
Se eu fosse um gosto, seria ... prolongado
Se eu fosse um cheiro, seria ... alfazema
Se eu fosse uma palavra, seria ... infinito
Se eu fosse um verbo, seria ... explorar
Se eu fosse um objecto, seria ... um cata-vento
Se eu fosse peça de roupa, seria ... um par de botas de montanha
Se eu fosse parte do corpo, seria ... o nervo óptico
Se eu fosse expressão facial, seria ... ironia
Se eu fosse personagem de desenho animado, seria ... o road-runnrer (Bip-bip)
Se eu fosse filme, seria ... “Apocalipse now”
Se eu fosse forma, seria ... círculo
Se eu fosse número, seria ... 18
Se eu fosse estação, seria ... Outono
Se eu fosse uma frase, seria ... Ao infinito e mais além!

Não passo isto a ninguém em particular, por temperamento e pelo facto de me parecer que isto já passou praticamente por todos. Se alguém o quiser fazer tenho muito gosto que se considere desafiado por mim, até porque todas as respostas têm informação valiosa sobre a maneira de ser do autor.

2007/05/08

Rescaldo do fim-de-semana

Como também tenho direito à opinião política, à opinião futebolística - ahn? Já tinha falado de política? Não, não leram bem, eu já tinha era falado de futebol – e a encher chouriços de quando em vez, cá vai o rescaldo que faço do fim-de-semana.

Alberto João Jardim teve o segundo melhor resultado de sempre na Madeira. Eu tomei a firme decisão de me demitir do governo regional lá de casa e convocar eleições antecipadas, isto porque o patrão resolveu cortar uma fatia da minha gratificação e assim tenho menos foguetes para queimar no final do ano. Vai-me sair um bocado caro, que terei que pintar a casa e renovar a cozinha, mas a re-eleição é garantida e cheira-me que vou ter aí o segundo melhor resultado de sempre. E sempre posso fazer ver ao patrão que a família não concorda com o corte.

Eusébio disse que Fernando Santos deve continuar a ser o treinador do Benfica na próxima época. Não poderia estar mais de acordo com ele, deve manter-se a estabilidade no comando da equipa – desculpem, disse comando? Eh, pá, distraí-me com a Madeira, queria dizer discurso matemático. Afinal de contas, as substituições só servem para quando um jogador fica magoado e não pode continuar a jogar. Ah, e para calar o Mantorras durante dez minutos.

Nicolas Sarkozy foi eleito presidente da França. Entre o homem do nariz grande que promete elevar o número semanal de carros queimados a níveis nunca vistos e a mulher bonita que prometia conceder um sorriso desconcertante a cada emigrante de segunda geração desempregado, os franceses escolheram o S. João semanal. Mas a coisa ficou muito perto do empate. Em França parece que a qualidade dos políticos não é muito diferente daquela que temos por casa. Ou seja, todos de primeira água, quanto mais não seja para serem mais eficazes a apagar os fogos.

Rui Costa disse que se o Benfica quiser ele joga mais um ano. Espera lá, eu parece-me que ele disse que jogava, mas, pensando melhor, pode ter dito apenas que ficava mais um ano. Afinal de contas é um casamento de sucesso: para ele é muito melhor ver o jogo daquelas cadeiras Recaro ao nível do solo, de onde até pode ouvir os insultos entre os jogadores e a equipa de arbitragem; para o Benfica sempre é uma forma de ter mais meninas nas bancadas. Mais uma vez, o meu voto é para a estabilidade da equipa.

2007/05/02

Caminho para a subida

O quarto era bonito. O hotel também, a vista para o mar era agradável, embora o tempo não estivesse famoso.

Tinha o programa na cabeça, era altura de começar a executá-lo. Começava com a piscina interior, que lá fora estava frio. Era aquecida e o facto de a água ser salgada dava-me confiança de que te transmitiria uma sensação de relaxamento e boa disposição. A seguir era o banho turco e a sauna. Azar que os balneários são separados, mas, por outro lado, ainda bem, que aquilo é calor em excesso para o que quer que seja que envolva exercício físico. Mas lá que convida, não haja dúvida alguma.

De seguida havia o duche no quarto, antes do jantar. Não havia muito tempo disponível, mas não poderia desperdiçar todo o tratamento induzido pela água salgada, pelo vapor e pelo calor abrasador. Até começamos com muita parcimónia, lavando o cabelo para retirar o sal e espalhando o gel de banho pela pele mais acessível às mãos de cada um. Mas depois havia o ritual da lavagem das costas. Comecei como de costume, em círculos sobre as omoplatas, passando para os ombros e descendo paralelamente à coluna vertebral. Mas o sabão, ou equiparados, tem a tal propriedade de deslizar sob as mãos, pelo que elas se escaparam para o verso da zona visível a meus olhos. Ao mesmo tempo, puxei-nos bem para debaixo da água em jorro. Confesso que não contava com uma subida tão rápida ao cimo do monte. Fiquei a pensar se a razão principal para a existência do varão cravado na parede paralela à banheira foi a de ajudar cidadãos com mobilidade reduzida.