2006/11/30

O conceito "Gaja boa" (I)

Antes de mais começo por referir que é um conceito que tem variado de significado na minha cabeça ao longo do tempo. Suponho que varia também na dos outros homens e até, porque não dizê-lo, na das mulheres, nestas, provavelmente, por variadíssimas razões, desde o que vêm ao olhar-se ao espelho até ao que vêm nas outras quando as olham e, inclusivamente, passando pelo significado que elas próprias dão à expressão, desde o de mais puro desdém até à mais abundante salivação. Mas isto é terreno movediço, pelo que volto à minha cabeça.

Quando temos 15 anos, e não somos muito atrevidotes, uma gaja boa é uma miúda até aos 18 anos com um volume peitoral claramente acima da média, umas pernas tão direitas como as da Barbie, uns quartos traseiros firmes e empinados e uma cintura que se pode contornar completamente com um só braço. Acima dos 18 anos tudo o que existe é capaz de nos arrasar com a simples e eficaz frase “Cresce e aparece”, excepto para uns poucos iluminados que, a par de um corpo de jogador de futebol do Manchester United, perceberam precocemente que todas as mulheres precisam de serem mimadas e quem for mais rápido na altura certa leva o doce.

Aos 25 já os homens descobriram que as mulheres mais velhas sabem muita coisa que lhes falta aprender, sendo que esta é a altura em que as suas capacidades físicas são mais intensas. Então o aspecto físico continua a ter uma grande preponderância, mas a faixa etária alarga-se qual auto-estrada americana e a idade das descobertas da volúpia comanda toda e qualquer acção que se tome. Isto é no geral, obviamente, não foi assim que se passou com o autor deste texto, por manifesta inabilidade, já que as hormonas davam tantos saltos quantos os tropeções na rua e na língua.

Aos 35, mais mês menos mês, os homens têm uma tontura súbita quando passam junto a um candeeiro de iluminação pública, geralmente após o jantar anual de confraternização do tasco onde trabalham, onde beberam uns copos a mais para tentar esquecer que a partir desse dia será sempre a descer, excepto para os bafejados pela sorte ou por um rectângulo plastificado, com desenho da flor do milagre ou da cor do fruto da flor das noivas puras, ou ainda pelo hálito descomunal do patriarca da família, que suportam a duros golpes de estômago na casa de banho, o hálito, que beberam, os bafejados, à saúde do pensamento de que os demais nunca terão o que a sua enorme competência e dedicação à empresa lhes proporciona. Ora a referida tontura tem como resultado um estrondoso encontro com a estrutura metálica de suporte à lâmpada de iluminação e, como efeito secundário, a providencial visão de uma luz intensa no fundo do tonel, perdão, do túnel, onde a sua cabeça parecia mergulhada. A partir desse instante, o homem descobre que o sexo pode ter uma dimensão cerebral, ao ponto de obter orgasmos mentais muitas vezes mais intensos do que os físicos. Nessa altura, o conceito de “Gaja boa” sofre uma mudança importante e, em paralelo com o grande par de mamas, que se espera não tenha crescido desmesuradamente desde que as moçoilas eram teenagers, a expressão ganha um termo novo, que em inglês se designa por SMF (Sexy Mother Fucker) e que em português quer dizer “Mulher que consegue dar com um homem em maluco usando apenas os seus dotes linguísticos”, ou mais prosaicamente, uma mulher com cabeça.

(Dado o adiantado do texto, o facto de amanhã ser feriado e de o autor necessitar de inventar mais umas baboseiras para escrever, o contexto SMF será desenvolvido proximamente)

2006/11/24

É por isto que gosto de trabalhar com elas.

Estrebucha, diz que não faz, que não quer saber, que não se atravessa, que não é assim que se fazem as coisas, que é impossível, que está cansada de trapalhadas. Passa, num ápice, do olhar brilhante de gaja boa ao olhar faiscante de fêmea protectora das crias, neste caso as suas responsabilidades profissionais.

Mas vê-se que aquela mente trabalha juntinho ao red line.

Passado um quarto de hora dá aquele sorriso de menina marota e informa, com uma frase curta lançada suavemente na brisa embalada pelo bater das teclas, que vai resolver o assunto à sua maneira.

2006/11/23

Trabalhar com uma gaja boa

É muito difícil!
E não me refiro a loiras espampanantes, de grandes mamas e rabo empinado. Essas não são um grande problema, só estão lá como parte da mobília e nunca falam, só têm de ouvir o que se lhes diz, mesmo que sejam baboseiras, e se nos dão algum recado a gente lá toma nota como pode e agradece.
O verdadeiro problema são as colegas que até nem fariam parte de um concurso para Miss Portugal mas têm uns belos olhos faiscantes, arranjam-se um pouquinho de manhã, vestem uma roupa não muito ousada mas naquele limite entre o adequado para trabalhar e o necessário para realçar as curvas mais arredondadas e escorregadias ao olhar dos pobres homens colegas que com elas se têm de cruzar durante 8 horas, pelo menos. Além disso, debitam informação técnica com um sorriso nos lábios e um brilho no olhar, levemente excitadas pela ideia de que "tu estás aí a babar-te todo a pensar como serei eu despida, mas nunca o saberás" e eu a saber perfeitamente que estou a fazer cara de parvo mas sempre com a ideia de que elas hão-de sucumbir ao meu olhar hipnotizante.
É que um gajo chega ao fim da conversa e não se recorda de nadinha do que elas disseram, o que é muito mau quando são competentes! Depois ainda dizem que têm que ser cinco vezes melhores para serem profissionalmente reconhecidas.

2006/11/17

Afinal, ainda há esperança!

António Lobo Antunes, escritor cujos livros me encantam ao ponto de os saborear como se de um quente e encorpado vinho tinto se tratasse, com quem, imagino, teria uma relação pessoal tensa e turbulenta, caso por qualquer improvável desígnio cósmico os nossos destinos se cruzassem, disse esta semana na TSF que se surpreende com a sua escrita, quando, por acaso, relê algo que escreveu no passado.

Na pequenez das combinações de palavras que, de vez em quando, acontece verter para este espaço, às vezes dou comigo a pensar que, um dia, poderia realmente tentar.

2006/11/14

Tenho vergonha

De viver num país onde o salário mínimo nacional é inferior a 400 euros, mas onde marcas como a Mercedes e a BMW têm vendas anuais dentro das 10 mais vendidas.
Onde os apartamentos caríssimos em primeira linha frente ao mar são várias vezes revendidos em projecto, enquanto os usados de dois quartos nos concelhos limítrofes das grandes cidades não têm valor comercial.
Onde os empresários saltam para a primeira linha dizendo que os aumentos do tal salário mínimo em percentagens acima da inflação levarão as indústrias à falência. Onde esta última frase até é verdadeira em vários casos, porque as empresas em causa alimentam opulentemente famílias inteiras e numerosas, habituadas a luxos asiáticos que tolheram a modernização e fizeram prevalecer a mão-de-obra barata como alicerce da viabilidade do negócio.
Tenho vergonha, porque não percebo como é que num país dito do primeiro mundo e membro de uma união das mais prósperas do planeta, se aceita com normalidade que um administrador de uma empresa média ganhe facilmente 10 salários mínimos. Sem contar com as outras regalias!
Tenho vergonha de viver num país onde a palavra povo é pejorativa. A grande ambição do português é destacar-se do povo. E querer viver à custa dele!
(Este texto não é político. Sou contra as mudanças repentinas de rumo, mas a favor de um rumo coerente e objectivo. Com correcções de trajectória atempadas e feitas de pés bem assentes no chão)

2006/11/10

Decote

Estás a ver aquele Mercedes SLK lá fora, no parque de estacionamento? Gosto de o admirar, embora saiba que não o posso conduzir.

2006/11/08

Gosto de te ter na ponta da língua

Quando a percorro pelo teu pescoço

Quando a volteio atrás da tua orelha

Quando a passo à volta dos teus olhos fechados

De te lamber os lábios com a língua toda

De a passar com leveza sobre os teus pulsos

De riscar a dobra dos teus braços

Com ela contornar teus seios cálidos

Contornar os mamilos em crescendo

Fustigá-los em movimentos rápidos alternados

Circular o teu umbigo

Arrepiar-te por entre os dedos dos pés

Fazer-te rir na rótula do joelho

Alargá-la para cobrir os grandes lábios em simultâneo

Afiá-la para me concentrar no teu prazer

E sentir-te nela latejar, enquanto te sustenho sobre a minha cabeça

2006/11/06

Gosto de te ter nas minhas mãos

De as encher com o teu corpo quente

De as fazer deslizar pelas tuas pernas de seda

De nelas conformar os teus quadris enquanto te sentas ao meu colo

De afagar o teu rosto ao ritmo dos teus beijos loucos

De puxar suavemente o teu cabelo à espera dos teus suspiros

De nelas sentir o macio da tua penugem negra

De ficar doido de desejo quando aperto os teus seios firmes e fartos